Especialistas apontam riscos à livre concorrência e à isonomia tributária com as regras do novo programa de mobilidade sustentável.
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Juro anual abaixo de 10%
Crise mundial levará taxa básica brasileira para 9,75% ao ano, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Itaú, John Welch
Vicente Nunes
A forte retração da economia brasileira levará a taxa básica de juros (Selic) para 9,75% ao ano até junho próximo. A projeção é do chefe do Departamento Econômico do Banco Itaú, John Welch, recentemente importado dos Estados Unidos, onde trabalhava como economista para a América Latina do Lehman Brothers, banco que ruiu em setembro do ano passado e detonou a maior crise mundial em 80 anos. Pelas suas projeções, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoverá três cortes seguidos de um ponto percentual nas próximas reuniões de março, abril e junho, movimento que, se confirmado, será um marco na história do país. Desde que foi criada, em 1986, nunca a taxa Selic — atualmente em 12,75% ao ano — ficou abaixo de 10%.
Na avaliação de Welch, o único entrave para que o Copom seja mais comedido no processo de redução dos juros é o próprio governo, promovendo uma farra fiscal por meio do aumento exagerado de gastos correntes (salários, por exemplo) ou de políticas equivocadas na concessão de crédito pelos bancos públicos. “Tudo converge a favor de uma diminuição mais forte dos juros”, assinalou. E nem mesmo a inflação, que deu um repique nas últimas semanas, será suficiente para inibir o BC. Ele projeta inflação de 4,1% para este ano, abaixo do centro da meta, de 4,5%. “E boa parte desse índice se refere à alta dos preços administrados (tarifas públicas), que já está contratada”, assinalou.
Segundo Welch, a queda mais acentuada dos juros é justificada pelo fato de a economia brasileira estar no chão, tecnicamente em recessão, caracterizada por dois trimestres consecutivos de retração do Produto Interno Bruto (PIB). “O ajuste da economia brasileira à crise mundial foi muito forte. Houve uma parada súbita da produção, do consumo e dos investimentos.
Estamos prevendo uma recuperação somente a partir do segundo semestre, o que resultará em um crescimento de 0,6% em todo do ano”, frisou. Para 2010, entretanto, ele a atividade a pleno vapor, com o avanço do PIB chegando a 4,8%. “Veremos o efeito elástico na economia do país. Ela foi puxada para baixo muito rapidamente e, quando se recuperar, o processo será muito rápido”, destacou.
Corte de impostos
Apesar da importância da diminuição dos juros para reverter o pessimismo que tomou conta do país, o economista do Itaú acredita que o melhor estímulo que o governo pode dar à economia é o corte de tributos, como ocorreu com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os automóveis. “A reação das vendas de carros foi imediata”, assinalou. Ele disse esperar a desoneração de outros setores importantes, como o da construção civil, grande empregador de mão-de-obra, sobretudo do pessoal menos qualificado. “Esse é o tipo de política fiscal positiva, e não o de aumentos de gastos correntes”, emendou.
A se confirmar a rápida reação da economia, Welch acredita que o Brasil será um dos países mais beneficiados pelo capital estrangeiro. Por isso, recomendou ele, o país deveria promover reformas importantes que resultem em maior segurança jurídica e em menos burocracia.
TAXAS BANCÁRIAS
Bancos e varejo voltaram a aumentar os juros em janeiro, mês em que a taxa Selic foi reduzida em um ponto percentual pelo Banco Central. É o que mostra pesquisa divulgada pela Anefac, que representa os executivos de finanças. A taxa média para pessoas físicas passou de 7,49% ao mês, em dezembro, para 7,57% no mês passado, equivalente a um aumento de 0,08 ponto percentual. No caso das empresas, os juros subiram no mesmo período de 4,35% para 4,44%.
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