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Burnout jurídico do executivo: o risco silencioso por trás de decisões solitárias
O Burnout é um estado de esgotamento físico e mental causado por momentos de grande pressão e situações que demandam alto nível de energia emocional
Daniel Cabrera – advogado especializado em direito empresarial
A rotina de um executivo sênior costuma ser descrita em termos de estratégia, influência e tomada de decisão. Mas por trás dessa tríade de poder, há uma pressão silenciosa que vem ganhando espaço nas altas esferas corporativas e que exige muita atenção e energia. Nesse contexto de grandes volumes de ações e decisões complexas, muitos líderes passam a ficar impossibilitados de se atentar a demandas por vezes até elementares de questões jurídicas pessoais ou de outros negócios que estejam envolvidos.
Não se trata de um problema do departamento jurídico, mas de algo que atinge diretamente quem ocupa cargos de comando. O volume de atenção exigido em seu encargo principal retira desse executivo altamente experiente a capacidade de discernimento sobre pontos que foram desprezados por simples eleição de prioridade, por impossibilidade de “ver tudo” ou de controlar detalhes de questões não prioritárias.
Temos tratado esse efeito sobre executivos de “burnout jurídico”. O Burnout é um estado de esgotamento físico e mental causado por momentos de grande pressão e situações que demandam alto nível de energia emocional. Chamamos de “burnout jurídico” o efeito da rotina intensa do executivo sobre questões jurídicas da vida pessoal ou segundo negócio ou mesmo seu patrimônio.
De uma lado, decisões milionárias e uma rotina de alta responsabilidade. De outro, pensar em questões jurídicas envolvendo o seu planejamento patrimonial, a compra de um imóvel, o investimento em uma startup ou a sociedade com amigos. Para estas últimas, a falta de tempo e atenção traz problemas graves. Esse é o “burnout jurídico”. Questões que, se tivessem a sua atenção, seriam conduzidas com maestria pelo seu conhecimento e experiência, mas lhe colocam em grave risco, porque não se tem tempo para analisar, discernir e controlar esses riscos.
O fenômeno tem ganhado corpo à medida que o ambiente de negócios se torna mais complexo, regulado e imprevisível. A avalanche de decisões diárias, aliada à falta de tempo para refletir ou consultar especialistas de forma estratégica, empurra o executivo para um estado de sobrecarga silenciosa. Ele continua decidindo, porém cada vez com mais insegurança, dúvidas e receio das consequências.
Não se trata de um caso isolado. Uma pesquisa realizada pela Deloitte revelou que 62% dos executivos C-level brasileiros já enfrentaram episódios de burnout, uma síndrome caracterizada por exaustão física e emocional intensa, resultante do estresse prolongado e das responsabilidades excessivas associadas ao ambiente de trabalho.
A dificuldade, muitas vezes, está em reconhecer esse estado. Afinal, trata-se de profissionais acostumados a lidar com pressão. A diferença agora é que, além da pressão por resultados, há o peso de uma legislação cada vez mais densa, cláusulas contratuais que podem esconder armadilhas, riscos reputacionais e um ambiente jurídico em constante mutação.
O caso das Lojas Americanas, por exemplo, escancarou a necessidade de uma visão jurídica estratégica nas decisões de alto nível. Embora a crise tenha múltiplas causas, ela mostra como a ausência de alertas antecipados ou a falta de espaço para questionamentos podem levar uma empresa a colapsar. E, não raro, executivos envolvidos nesses episódios alegam ter sido surpreendidos por detalhes técnicos que passaram despercebidos.
A solução passa por um caminho pouco explorado, mas extremamente eficaz: o aconselhamento jurídico pessoal.
Mais do que suporte eventual, trata-se de uma parceria constante com um especialista jurídico que compreenda o contexto do negócio, a realidade do executivo e o impacto real de cada decisão. É um modelo de escuta e orientação que vai além do jurídico tradicional. É uma forma de o executivo dividir o peso das decisões, pensar em alternativas com base legal e, principalmente, evitar erros por exaustão.
Engana-se quem pensa que executivos precisam dominar a legislação: o que eles de fato precisam é de apoio especializado e estratégico para navegá-la com segurança. O aconselhamento jurídico pessoal é justamente essa bússola que proporciona um espaço seguro, estratégico e prático para transformar dúvida em clareza.
Reconhecer e lidar com o burnout jurídico não é sinal de fraqueza, mas de inteligência emocional e responsabilidade. Afinal, liderar também é saber quando pedir ajuda.
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